segunda-feira, 26 de maio de 2008

Os 100 Anos do CEFET: Perspectivas

A Unidade Florianópolis do CEFET-SC é a maior e mais antiga do estado. Já foram ministrados na Unidade vários cursos técnicos, sempre voltados ao mercado de trabalho. Em quase cem anos de atuação, cursos como de tipografia e de alfaiate fizeram com que os alunos saíssem direto para empresas, oferecendo mão de obra especializada.

Atualmente a Unidade Florianópolis oferece Ensino Médio, Ensino Médio Integrado – onde o aluno além de cursar o ensino médio faz também um curso técnico profissionalizante, Ensino Técnico Pós -médio – com cursos técnicos “famosos” como em Meio Ambiente, Automobilística e Enfermagem, Cursos Superiores Tecnológicos e Pós-graduação.

Vitor Schenardie, acadêmico da terceira fase do Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Energia, diz gostar do curso, e aposta em uma formação completa. Para ele o problema está na forma em que o curso está estruturado. As matérias não podem ser cursadas sem que toda a fase seja concluída. “Se um aluno reprova em alguma matéria, não pode dar continuidade às demais, mesmo não sendo pré-requisito para as outras” disse. Segundo Debate ocorrido no Seminário de Avaliação do Curso, no dia 13 de maio, o curso ainda está sendo ajustado.

O Seminário foi realizado para que os alunos avaliassem o curso, que obteve mais de 70% de aprovação. No final do ano, o curso passará pela avaliação do MEC, onde o que estará em jogo será o reconhecimento. Para Vitor, se a mudança na grade for realizada, o curso ficará mais adequado à realidade dos alunos, que como ele, estão ansiosos para se formar e poder exercer uma das profissões mais novas do mercado: a de Gestor de Sistemas de Energia.

Em um país, ou melhor, em um planeta tão carente de novas opções energéticas, novos profissionais, munidos de eficiência, boa vontade e boas idéias, serão muito bem-vindos!

Foto de Breno Peck licenciada by CC

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Série: Os 100 anos do CEFET

O blog Jornalismo (nem sempre) Solidário fará uma seqüência de cinco "post’s homenagens" a um ícone da educação brasileira: o Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET.

A um ano de completar 100 anos de fundação o CEFET de Florianópolis se mistura à história da cidade.

Em 1909 foram inauguradas 19 escolas especializadas em ensino profissionalizante em todo o país. Em Florianópolis, no mesmo ano, surgia a Escolas de Aprendizes Artífices na Rua Almirante Alvim, nº 17. Em 1937, devido ao crescimento da industrialização no país, a escola virou Liceu Industrial de Florianópolis.

Com a organização da rede federal de ensino, em 1942, o nome muda de novo, desta vez para Escola Industrial de Florianópolis. Vinte e três anos depois da última mudança de nome, mais uma alteração, desta vez para Escola Industrial Federal de Santa Catarina.

A denominação Escola Técnica Federal de Santa Catarina foi dada em 1968, nome com o qual muitas pessoas ainda identificam a instituição, principalmente os mais velhos. Nesse mesmo ano começou a idealização dos cursos técnicos de 2º grau.

Em 1994 o Governo de Fernando Henrique transformou todas as Escolas Técnicas em CEFETs. Em 2009 mais uma mudança vai ocorrer. Por meio de consulta pública, que gerou muitas discussões entre acadêmicos, discentes e comunidade, o CEFET-SC se transformará em Instituto Federal TecnológicoIFET.

De 1909 até hoje, a instituição já mudou de nome várias vezes, mas sempre se dedicou a ensinar aos jovens uma profissão, se adaptando às necessidades do mercado de trabalho.

Fonte: Livro – Dos Aprendizes Artífices ao CEFET/SC – Alcides de Almeida


Foto: Augusto Roggia

Prédio da Escola de Aprendizes Artífices, atual BADESC

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Estilingão Paulistano

No sábado, 10 de maio, foi inaugurada a Ponte Jornalista Octavio Frias, em São Paulo. Segundo informações que pesquisei na internet, pois não conheço nada a fundo sobre a cidade de São Paulo, a ponte vai ligar a Marginal do rio Pinheiros à avenida jornalista Roberto Marinho, antiga avenida Jornalista Vladmir Herzog(!!), na zona sul da cidade.

Bom, qualquer coisa que ligue a qualquer lugar em São Paulo deve ser útil, afinal, não conheço a cidade, mas conheço sua fama de “cidade engarrafada”. O que chamou a minha atenção foi a reportagem exibida no Jornal Nacional.

O problema não eram as várias sonoras com os políticos envolvidos na construção e nem a ênfase dada à inauguração na reportagem do jornalista José Roberto Bournier. O que chamou a minha atenção e creio de todos que assistem o jornalismo brasileiro com um olhar mais crítico, foi que, enquanto a filha do Sr. Octávio Frias, fundador do Grupo Folha, fazia um belo discurso sobre a honra de ter o nome de seu pai em tão importante “monumento” (sim, por que a ponte é um colosso da arquitetura contemporânea, quase tão bonita quanto a ponte JK da minha bela cidade Brasília), dava para ouvir uns gritos de ordem, quase vaias, ao fundo. Fiquei esperando para ver se a matéria iria falar sobre alguma manifestação. E nada. Então, curiosa que sou, fui pesquisar. Achei!

De acordo com a Revista Fórum, movimentos sociais se manifestaram durante a inauguração do “Estilingão”, como é chamada a ponte pelos ativistas. No site Notícias Brasil, do Terra, foi noticiado que aproximadamente 30 pessoas fizeram uma manifestação durante a inauguração. Ainda segundo o site, o dinheiro investido na construção da ponte foi retirado de projetos sociais como a urbanização do Jardim Edite e da Favela Real Parque, em São Paulo.

A dúvida fica no ar: por que a matéria veiculada no Jornal Nacional não mencionou a manifestação?? Não temos que mostrar todos os lados da notícia??

Coisas que o povo diz III

Pensando na realidade brasileira, ele tem toda a razão.
Dependendo do tamanho, a minoria pode ser tornar a maioria

Falcão,octoplédico humorista cearense.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Caso Isabella e Tostines

Quando vejo um acontecimento virar assunto no país todo e, consequentemente, estar presente na mídia a todo o momento, me lembro da famosa campanha da agência Enio & Associados para a Tostines, cuja célebre frase “Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”, marcou época, principalmente para pessoas oriundas dos anos 80 (como é o meu caso).

Mas que ligação uma coisa tem com a outra? Explico. A adaptação é a seguinte: Um assunto/notícia veicula mais (na mídia) porque é de interesse do público ou é de interesse do público porque veicula mais (na mídia)? Eis a questão.

O que ultimamente me fez pensar nesse comportamento midiático é o Caso Isabella, assassinato brutal de uma menina de cinco anos em condições sombrias, onde os principais acusados são o pai e a madrasta da vítima. A morte de Isabella completou um mês essa semana, porém, continua presente, até por que os assassinos não foram “descobertos”. Mas o que impressiona é que a mídia continua dando um grande espaço para o assunto, e as pessoas continuam comentando com grande arrebatamento, mesmo após um mês.

Segundo uma teoria chamada “Agenda Setting”, estudada em comunicação, as pessoas agendam o tema de suas conversas em função do que é veiculado na mídia. Ou seja, de acordo com essa hipótese, a mídia, pela escolha, acomodação e incidência de suas notícias determina temas sobre os quais o público falará e discutirá. E é através da suíte, método usado no jornalismo em que as informações já apresentadas sobre um assunto são sintetizadas de forma a dar um resumo antes da apresentação de novos fatos, que o acontecimento continua a ser veiculado, dia após dia, até que se tenha um desfecho, no caso da morte de Isabella, uma confissão dos supostos acusados.

Mas essa teoria é contestada por estudiosos. E o assunto Isabella dá substâncias, como a falta de certeza da culpa dos acusados e as condições que ocasionaram a morte da menina, para que o assunto seja de interesse tanto dos meios de comunicação quanto da audiência (população).

Porém, se não é a agenda da mídia que nos faz discutir o caso, o que será? De acordo com especialistas, o interesse da população no caso, é a identificação com ele, e até mesmo com a violência causada pelo casal. Confira as opiniões de um psicanalista e um psiquiatra, feitas ao site do Fantástico.

"São pessoas de classe média, que vivem em um prédio mais ou menos parecido com o prédio da classe média brasileira. Um pai, uma madrasta, os filhos, a menina Isabella estava visitando o pai”.Contardo Calligaris - Psicanalista.


"A gente tem, de vez em quando, todos nós, o tempo todo, fantasias agressivas. De certo modo, então, ter alguém, um caso que configura o horror máximo, nos ajuda a colocar neles, personalizar neles os nossos próprios demônios, a nossa agressividade incontida que existe e que pode, a qualquer momento, irromper”. Benílton Bezerra - Psiquiatra


As duas vertentes, a dos especialistas e a da Agenda Setting, para mim, tem fundamento. Então, fica o impasse. E o mistério do interesse das pessoas em determinados assuntos, bem como a grande veiculação do mesmos, aumentando as vendas e a audiência, está como o mistério de Tostines, sem solução.

Para quem ficou com saudades da “infalível” campanha, é só dar uma olhadinha no vídeo abaixo.