segunda-feira, 1 de setembro de 2008

sábado, 16 de agosto de 2008

Em defesa do que mesmo?

Essa semana recebi um Manifesto à Nação Em Defesa do Jornalismo, da Sociedade e da Democracia no Brasil, entregue pela FENAJ e pelo Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, no centro de Floripa. Claro que, não só por ser estudante de jornalismo, mas pelo tema ser a pauta da vez, estou por dentro dessa “discussão”.

Vamos aos fatos. As faculdades estão indóceis, enchendo a minha caixa de entrada com manifestos e chamados de luta para que essa “exigência da formação superior que é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade” não seja perdida. Esse trecho retirado do Manifesto à Nação fala em conquista. Mas que conquista?

A exigência do diploma para exercer o jornalismo foi criada pelo Decreto-Lei 972/69, durante a ditadura militar e pelos militares, época em que as únicas conquistas eram Copas do Mundo e concessões para TV. Até então, não existia a obrigatoriedade de cursar faculdade de jornalismo para ser registrado na profissão. O que não significa dizer que o jornalismo brasileiro era feito de forma tendenciosa. Pelo contrário. Creio que a necessidade do diploma não assegura a integridade e a ética do jornalista.

E vamos a outro aspecto: o das faculdades particulares. Ora, se a obrigatoriedade de diploma para exercer a profissão cair, o que serão dos, aproximadamente, 500 cursos espalhados pelo país?

Mais um fato: muitos repórteres não possuem o diploma e estão por toda parte, em todos os canais, apresentando matérias e fazendo reportagens. Tenho vários colegas para usar como exemplo, profissionais atuantes cursando a terceira ou sétima fase do curso de jornalismo. São os profissionais que possuem o chamado registro precário (que pode ser solicitado na Delegacia Regional do Trabalho). Não sei se isso os qualifica ou desqualifica. Também não tenho conhecimento se esses profissionais ganham mais ou menos que o super piso salarial que, em Santa Catarina, é de R$ 1.123,07. Mas esse seria um bom tema para debate.

Tuffani no blog Laudas Críticas exemplificou bem com um trecho do livro A Deontologia das Mídias, de Claude-Jean Bertrand: “A excepcionalidade de que goza o jornalismo, dentre as instituições democráticas, consiste em que seu poder não repousa num contrato social, numa delegação do povo por eleição ou por nomeação com diploma ou por voto de uma lei impondo normas. Para manter seu prestígio, e sua independência, a mídia precisa compenetrar-se de sua responsabilidade primordial: servir bem à população.”

E será que a mídia brasileira tem essa preocupação?


Charge retirada de

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Coisas da Vida?!

Brasília, quinta-feira, meio-dia. O trânsito caótico nessa cidade que possui uma frota de um milhão de veículos não é novidade e já não sensibiliza ninguém. Então, o que poderia mexer e dar mais humanidade à paisagem metalizada refletida nos pára-brisas? Um acidente? Certamente não.

Nesse mesmo dia um jovem é atropelado quando ia de bicicleta da Asa Sul ao Cruzeiro. Aos 22 anos, nunca tinha passado por tão desagradável experiência, mas não pôde fugir. Foi pego em cheio por um carro que não deu preferência ao veículo menor, sem colocar em prática as leis de trânsito, mas sim a lei do mais forte, nesse caso o carro sobre a bicicleta.

Caído e atordoado com a queda e por ter batido a cabeça, a única atenção que o jovem recebeu da senhora de mais ou menos 60 anos, autora do feito, foi a “mui atenciosa” pergunta: “tudo bem?”. Desnorteado e sem ter certeza da resposta, o jovem consentiu com a dolorida cabeça que sim.

E com o sentimento de missão cumprida e a consciência leve como um pudim de claras, a prodigiosa senhora entrou em seu carro e foi embora. Mas, quem chamou o SAMU? Quem anotou a placa do carro ou, pelo menos, quem ajudou o jovem a se levantar? Respondo. Ninguém.

E assim é o dia-a-dia de Brasília onde o bem estar, a integridade, a VIDA do próximo vale pouco, ou quase nada. E a pergunta que não quer calar é: quantos Pedro Davison mais terão que ser vítima para que as pessoas se sensibilizem? Uma pergunta sem resposta para uma questão sem solução.

E lá foi a senhora, dormir o sono dos justos, sem culpa, afinal, culpado foi o jovem rapaz por utilizar um meio de transporte não poluente, por não ter desmaiado ou se esvaído em sangue a ponto de chamar a atenção dos que passavam e, principalmente, por estar no lugar errado na hora errada. Coisas da vida. Será?!

O acidentado foi meu irmão, mas ele passa bem. Não posso dizer o mesmo da bicicleta...

domingo, 8 de junho de 2008

Saber é bom; aprender é melhor ainda!

Hoje, domingão, 7h da manhã e eu já estava fora da cama, me arrumando para mais um concurso público que ia tentar: o concurso da Petrobras. E lá fui eu, meio sonolenta, meio nervosa (sempre rola) para a UFSC fazer a prova. Sala cheia, pouco normal para um concurso em publicidade. O mesário passou as "regras do jogo" e logo começaram as perguntas bobas: "Oi, você sabe me dizer se uma questão errada anula uma certa?"; "posso levar a prova pra casa?", perguntas típicas de quem nem se deu ao trabalho de ler o edital, o mínimo para quem quer fazer e passar em um concurso.

Foram 70 questões, entre português, informática, inglês e conhecimentos específicos em P.P. Fiquei muito feliz quando me deparei com questões sobre Creative Commons, blogs e RSS. Lembrei das minhas aulas e pensei o quanto foi válido acordar cedo. E também, falar sobre Creative Commons é sinal que as pessoas/empresas estão preocupadas e dando valor ao trabalho dos outros.

Sinal dos tempos em que "clonar" a criação alheia é coisa rara, ou pelo menos, deveria ser. A velha máxima de que "nada se cria, tudo se copia", caducou.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Os 100 Anos do CEFET e Franklin Cascaes

Para as comemorações do centenário do CEFET-SC, não podemos esquecer de uma figura emblemática e que teve participação ativa no crescimento da escola: Franklin Cascaes.

Cascaes foi convidado à lecionar na antiga Escola de Aprendizes Artífices, atual CEFET, na década de 20 pelo diretor da época o professor Cid Rocha Amaral, que se encantou com o grande talento do manezinho manifestado nos desenhos, esculturas e manuscritos.

A escola foi a sede da grande obra de Cascaes e sua contribuição à preservação da cultura e registro do comportamento, atividade de subsistência e características populares dos povos que habitaram Florianópolis.

Para a ouvidora Maria de Lourdes “o centenário de Cascaes seria o ponta pé inicial nas comemorações do centenário do CEFET-SC”. Nada mais justo, incentivador e oportuno do que comemorar os 100 anos de nascimento de Franklin Cascaes, filho ilustre dessa terra, para dar início ao ano de comemoração de 100 anos do CEFET-SC.

Tive a felicidade de ser um dos primeiros a penetrar no interior da Ilha de Santa Catarina, antes mesmo de terem lá chegado os massivos meios de comunicação. Em alguns lugares não havia instalação elétrica, nem estradas, o que fazia com que as comunidades vivessem um modo próprio, longe das influências dos centros urbanos, permitindo que suas vivências e manifestações se mantivessem livres de alterações provocadas por agentes externos”. Franklin Cascaes
(Retirada do texto “O manezinho Franklin Cascaes” publicado no Boletim Informativo do CEFET-SC)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Os 100 Anos do CEFET - É festa!

Os preparativos para a comemoração de 100 anos do CEFET estão à todo vapor. Na Unidade Florianópolis o responsável pela organização é o Departamento de Comunicação, Marketing e Ouvidoria, coordenado pela professora Maria de Lourdes Feronha.

Segundo a ouvidora Maria de Lourdes estão sendo providênciados o levantamento de do banco de imagens, vídeos e documentos. "Já mobilizamos os professores e servidores mais antigos no intuito de que eles façam doações de materiais que tenham em casa", disse.

Para um maior aproveitamento de todo o material, uma equipe composta por uma professora de história da Unidade e dois bolsistas, vai ficar responsável pela seleção e tratamento do material. O mais difícil será resgatar o material antigo, uma vez qua a Unidade não possui um "arquivo morto".


De acordo com a ouvidora Maria de Lourdes será uma tarefa árdua, mas prazerosa. Afinal, não é todo dia que uma instituição faz 100 anos com um corpinho de 50!!


Parte da Equipe de professores e servidores da Unidade Florianópolis do CEFET-SC
Foto: Maria de Lourdes Feronha (Ouvidora e Professora da Unidade Florianópolis)

domingo, 1 de junho de 2008

Os 100 Anos do CEFET: Escola sem Memória

Uma das atrações para a comemoração dos 100 anos do CEFET será uma espécie de exposição com documentos antigos sobre a escola. Para isso, a ouvidoria da Unidade Florianópolis está solicitando à comunidade, interna e externa, a doação ou mesmo o empréstimo de materiais que tenham ligação com o CEFET.

E a escola já está recebendo vários objetos de todos os períodos desses quase 100 anos de atuação. São uniformes, convites para formaturas, avisos e vários outros materiais que as pessoas guardaram, a maioria em ótimo estado de conservação.

O professor Fernando Teixeira que estudou na Unidade Florianópolis e hoje dá aulas na escola, emprestou vários documentos. Entre eles, estão alguns Boletins Informativos do início da década de 90, documento importante para a comparação das necessidades da época com as necessidades de hoje.

Para Augusto Roggia, servidor da Unidade Florianópolis, este resgate será importante principalmente pela oportunidade do resgate histórico da Unidade. “É a oportunidade de catalogar as logomarcas antigas, fotos dos prédios das diversas fases da escola e materiais utilizados na época, já que esses materiais não foram guardados”, disse.

A falta de um arquivo morto é a principal dificuldade para a montagem de um acervo histórico. É impressionante como uma escola de tamanha importância não só para a cidade como para todo o Estado, não tenha arquivado materiais importantes como documentos e fotografias.

É uma instituição sem memória que graças à cooperação da comunidade, vai possuir uma história que será registrada para os próximos 100 anos.

Fotos retiradas do livro: de autoria do professor Alcides Vieira de Almeida: Dos Aprendizes Artífices ao CEFET/SC

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Os 100 Anos do CEFET: Perspectivas

A Unidade Florianópolis do CEFET-SC é a maior e mais antiga do estado. Já foram ministrados na Unidade vários cursos técnicos, sempre voltados ao mercado de trabalho. Em quase cem anos de atuação, cursos como de tipografia e de alfaiate fizeram com que os alunos saíssem direto para empresas, oferecendo mão de obra especializada.

Atualmente a Unidade Florianópolis oferece Ensino Médio, Ensino Médio Integrado – onde o aluno além de cursar o ensino médio faz também um curso técnico profissionalizante, Ensino Técnico Pós -médio – com cursos técnicos “famosos” como em Meio Ambiente, Automobilística e Enfermagem, Cursos Superiores Tecnológicos e Pós-graduação.

Vitor Schenardie, acadêmico da terceira fase do Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Energia, diz gostar do curso, e aposta em uma formação completa. Para ele o problema está na forma em que o curso está estruturado. As matérias não podem ser cursadas sem que toda a fase seja concluída. “Se um aluno reprova em alguma matéria, não pode dar continuidade às demais, mesmo não sendo pré-requisito para as outras” disse. Segundo Debate ocorrido no Seminário de Avaliação do Curso, no dia 13 de maio, o curso ainda está sendo ajustado.

O Seminário foi realizado para que os alunos avaliassem o curso, que obteve mais de 70% de aprovação. No final do ano, o curso passará pela avaliação do MEC, onde o que estará em jogo será o reconhecimento. Para Vitor, se a mudança na grade for realizada, o curso ficará mais adequado à realidade dos alunos, que como ele, estão ansiosos para se formar e poder exercer uma das profissões mais novas do mercado: a de Gestor de Sistemas de Energia.

Em um país, ou melhor, em um planeta tão carente de novas opções energéticas, novos profissionais, munidos de eficiência, boa vontade e boas idéias, serão muito bem-vindos!

Foto de Breno Peck licenciada by CC

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Série: Os 100 anos do CEFET

O blog Jornalismo (nem sempre) Solidário fará uma seqüência de cinco "post’s homenagens" a um ícone da educação brasileira: o Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET.

A um ano de completar 100 anos de fundação o CEFET de Florianópolis se mistura à história da cidade.

Em 1909 foram inauguradas 19 escolas especializadas em ensino profissionalizante em todo o país. Em Florianópolis, no mesmo ano, surgia a Escolas de Aprendizes Artífices na Rua Almirante Alvim, nº 17. Em 1937, devido ao crescimento da industrialização no país, a escola virou Liceu Industrial de Florianópolis.

Com a organização da rede federal de ensino, em 1942, o nome muda de novo, desta vez para Escola Industrial de Florianópolis. Vinte e três anos depois da última mudança de nome, mais uma alteração, desta vez para Escola Industrial Federal de Santa Catarina.

A denominação Escola Técnica Federal de Santa Catarina foi dada em 1968, nome com o qual muitas pessoas ainda identificam a instituição, principalmente os mais velhos. Nesse mesmo ano começou a idealização dos cursos técnicos de 2º grau.

Em 1994 o Governo de Fernando Henrique transformou todas as Escolas Técnicas em CEFETs. Em 2009 mais uma mudança vai ocorrer. Por meio de consulta pública, que gerou muitas discussões entre acadêmicos, discentes e comunidade, o CEFET-SC se transformará em Instituto Federal TecnológicoIFET.

De 1909 até hoje, a instituição já mudou de nome várias vezes, mas sempre se dedicou a ensinar aos jovens uma profissão, se adaptando às necessidades do mercado de trabalho.

Fonte: Livro – Dos Aprendizes Artífices ao CEFET/SC – Alcides de Almeida


Foto: Augusto Roggia

Prédio da Escola de Aprendizes Artífices, atual BADESC

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Estilingão Paulistano

No sábado, 10 de maio, foi inaugurada a Ponte Jornalista Octavio Frias, em São Paulo. Segundo informações que pesquisei na internet, pois não conheço nada a fundo sobre a cidade de São Paulo, a ponte vai ligar a Marginal do rio Pinheiros à avenida jornalista Roberto Marinho, antiga avenida Jornalista Vladmir Herzog(!!), na zona sul da cidade.

Bom, qualquer coisa que ligue a qualquer lugar em São Paulo deve ser útil, afinal, não conheço a cidade, mas conheço sua fama de “cidade engarrafada”. O que chamou a minha atenção foi a reportagem exibida no Jornal Nacional.

O problema não eram as várias sonoras com os políticos envolvidos na construção e nem a ênfase dada à inauguração na reportagem do jornalista José Roberto Bournier. O que chamou a minha atenção e creio de todos que assistem o jornalismo brasileiro com um olhar mais crítico, foi que, enquanto a filha do Sr. Octávio Frias, fundador do Grupo Folha, fazia um belo discurso sobre a honra de ter o nome de seu pai em tão importante “monumento” (sim, por que a ponte é um colosso da arquitetura contemporânea, quase tão bonita quanto a ponte JK da minha bela cidade Brasília), dava para ouvir uns gritos de ordem, quase vaias, ao fundo. Fiquei esperando para ver se a matéria iria falar sobre alguma manifestação. E nada. Então, curiosa que sou, fui pesquisar. Achei!

De acordo com a Revista Fórum, movimentos sociais se manifestaram durante a inauguração do “Estilingão”, como é chamada a ponte pelos ativistas. No site Notícias Brasil, do Terra, foi noticiado que aproximadamente 30 pessoas fizeram uma manifestação durante a inauguração. Ainda segundo o site, o dinheiro investido na construção da ponte foi retirado de projetos sociais como a urbanização do Jardim Edite e da Favela Real Parque, em São Paulo.

A dúvida fica no ar: por que a matéria veiculada no Jornal Nacional não mencionou a manifestação?? Não temos que mostrar todos os lados da notícia??

Coisas que o povo diz III

Pensando na realidade brasileira, ele tem toda a razão.
Dependendo do tamanho, a minoria pode ser tornar a maioria

Falcão,octoplédico humorista cearense.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Caso Isabella e Tostines

Quando vejo um acontecimento virar assunto no país todo e, consequentemente, estar presente na mídia a todo o momento, me lembro da famosa campanha da agência Enio & Associados para a Tostines, cuja célebre frase “Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”, marcou época, principalmente para pessoas oriundas dos anos 80 (como é o meu caso).

Mas que ligação uma coisa tem com a outra? Explico. A adaptação é a seguinte: Um assunto/notícia veicula mais (na mídia) porque é de interesse do público ou é de interesse do público porque veicula mais (na mídia)? Eis a questão.

O que ultimamente me fez pensar nesse comportamento midiático é o Caso Isabella, assassinato brutal de uma menina de cinco anos em condições sombrias, onde os principais acusados são o pai e a madrasta da vítima. A morte de Isabella completou um mês essa semana, porém, continua presente, até por que os assassinos não foram “descobertos”. Mas o que impressiona é que a mídia continua dando um grande espaço para o assunto, e as pessoas continuam comentando com grande arrebatamento, mesmo após um mês.

Segundo uma teoria chamada “Agenda Setting”, estudada em comunicação, as pessoas agendam o tema de suas conversas em função do que é veiculado na mídia. Ou seja, de acordo com essa hipótese, a mídia, pela escolha, acomodação e incidência de suas notícias determina temas sobre os quais o público falará e discutirá. E é através da suíte, método usado no jornalismo em que as informações já apresentadas sobre um assunto são sintetizadas de forma a dar um resumo antes da apresentação de novos fatos, que o acontecimento continua a ser veiculado, dia após dia, até que se tenha um desfecho, no caso da morte de Isabella, uma confissão dos supostos acusados.

Mas essa teoria é contestada por estudiosos. E o assunto Isabella dá substâncias, como a falta de certeza da culpa dos acusados e as condições que ocasionaram a morte da menina, para que o assunto seja de interesse tanto dos meios de comunicação quanto da audiência (população).

Porém, se não é a agenda da mídia que nos faz discutir o caso, o que será? De acordo com especialistas, o interesse da população no caso, é a identificação com ele, e até mesmo com a violência causada pelo casal. Confira as opiniões de um psicanalista e um psiquiatra, feitas ao site do Fantástico.

"São pessoas de classe média, que vivem em um prédio mais ou menos parecido com o prédio da classe média brasileira. Um pai, uma madrasta, os filhos, a menina Isabella estava visitando o pai”.Contardo Calligaris - Psicanalista.


"A gente tem, de vez em quando, todos nós, o tempo todo, fantasias agressivas. De certo modo, então, ter alguém, um caso que configura o horror máximo, nos ajuda a colocar neles, personalizar neles os nossos próprios demônios, a nossa agressividade incontida que existe e que pode, a qualquer momento, irromper”. Benílton Bezerra - Psiquiatra


As duas vertentes, a dos especialistas e a da Agenda Setting, para mim, tem fundamento. Então, fica o impasse. E o mistério do interesse das pessoas em determinados assuntos, bem como a grande veiculação do mesmos, aumentando as vendas e a audiência, está como o mistério de Tostines, sem solução.

Para quem ficou com saudades da “infalível” campanha, é só dar uma olhadinha no vídeo abaixo.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

You Tube e Picasso

Hoje pela manhã, o Primeiro Jornal, telejornal da Band, fez uma homenagem ao gênio Pablo Picasso por ocasião dos 35 anos de sua morte, completados esta semana. Para a homenagem, o jornal utilizou um vídeo do You Tube M.A.R.A.V.I.L.H.O.S.O, em que são mostradas todas as pessoas pintadas por Picasso em todas as suas fases.

A iniciativa do programa Primeiro Jornal foi muito oportuna e mostra que ferramentas como Google, You Tube, Wikipedia e vários outros estão à nossa disposição para acrescentar cultura e conhecimento, com cautela e discernimento, mesmo que alguns torçam o nariz para elas.

"Nos tornamos, com a internet além de mais livres, também mais dependentes".

Jornal Zero

Confira o vídeo

Coisas que o povo diz II

Não foi qualquer um que disse...

"Em Brasília, todos são inocentes e todos são cúmplices"

Nelson Rodrigues

quinta-feira, 3 de abril de 2008

segunda-feira, 31 de março de 2008

Critério "Homer Simpson" de Noticiabilidade



Dando seqüência à minha busca sobre o que significa Jornalismo Solidário, me deparei com a questão: como as notícias viram notícias?

Os critérios de noticiabilidade que aprendemos na faculdade são, definitivamente, diferentes do que ocorrem no dia-a-dia de uma redação. Reconheço a dificuldade de se enumerar critérios de noticiabilidade como em uma receita de bolo, mas, é possível seguir regras que são importantes na decisão do que será notícia.

A principal delas é a ética como norteadora da profissão de jornalista. Porém, com a pressão do tempo (creio que as redações sejam como pastelarias) e a concorrência (de outros veículos e de outros profissionais) fica difícil pesquisar e apurar o tema com a profundidade necessária. E, em resumo: vira notícia o que os editores acham que deve ser notícia.

Pesquisando sobre o assunto, me deparei com uma pérola do nosso querido e diário Willian Bonner, editor chefe e apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo. Segundo o relato, Bonner realiza diariamente uma reunião com os editores de outros estados em que é definida a pauta do dia. Até então, tudo normal. O que impressiona é como ele se refere aos telespectadores do jornal. Ele define o brasileiro médio, maioria da audiência do jornal como Homer Simpson.

E é com essa idéia de telespectador que ele determina o que será notícia no dia ou o que será gongado do jornal.

Então, posso crer que, para a Rede Globo, os critérios de noticiabilidade mudam de acordo com a audiência. Nenhuma novidade.

A resposta de Bonner ?? Ele disse que não pensa no Homer Simpson apenas como um preguiçoso comedor de rosquinhas, mas como um chefe de família trabalhador (!!) .

Questão de opinião.

Enquanto isso, a maioria do povo brasileiro engole o que é noticiado pelo JN como rosquinhas, e notícias importantes deixam de ser noticiadas, pelo menos pela mídia grande.

Salve a mídia independente que não subestima a inteligência do brasileiro, noticiando o que é notícia. Mas como são os critérios de noticiabilidade da mídia independente?? Questão para um próximo post.

Confira a íntegra do texto e a resposta de Bonner

quarta-feira, 26 de março de 2008

Merece a leitura!

Recebi este texto do correio da Caros Amigos. Opine no fórum da revista.

Cem Marias para cada Madeleine
por Natalia Viana

Esse texto poderia começar de muitos jeitos, mas acho que o melhor é começar pelo sábado, 26 de janeiro de 2008. Eu, sentada ao lado do editor do jornal britânico Independent, onde trabalhei durante alguns meses, anunciava minha saída e aproveitava para perguntar se a eles interessariam reportagens free-lancer sobre a América do Sul, que eu poderia fazer quando voltasse. A resposta:

- Olha, ainda vale a velha regra: mil peruanos equivalem a 10 franceses. Então é assim, se tiver um acidente, um desastre muito grande...

A frase não me surpreendeu. Não foram poucas às vezes, ao longo desse ano e meio vivendo em Londres, em que ouvi jornalistas me dizendo claramente que à imprensa inglesa não interessa a América Latina. Mas ela apontou para uma coisa seriíssima que está acontecendo com o nosso próprio jornalismo internacional. Explico.

Com a falta de dinheiro na maioria das empresas de mídia no Brasil, e ao mesmo tempo com o advento da internet e dos canais de notícias 24 horas, a notícia internacional, se antes era mercadoria, agora virou mercadoria baratíssima.

Para preencher tanto espaço em branco, em tão pouco tempo, os veículos optaram pelos serviços das agências internacionais, um punhado de empresas – todas sediadas em países ricos – que dizem ao mundo todo o que é notícia e o que não é. Assim, a Reuters, de origem alemã e sede em Londres, a CNN americana, a AFP francesa, a BBC inglesa – financiada, não por acaso, pelo Ministério do Exterior britânico – difundem a sua visão de mundo, a sua própria cultura e o seu jeito de fazer jornalismo.

Não é negativo o advento das agências de notícias. É fantástico poder ter informações rápidas de vários cantos do globo com um grau razoável de confiabilidade. O problema é como o nosso jornalismo internacional tem cada vez mais se baseado apenas no que dizem essas agências.

Funciona assim: o repórter de uma agência escreve a matéria, entrevistando essa e aquela pessoa que considera relevante. Seu texto então é editado por alguém na sede, invariavelmente em um país do norte, e checado contra as informações de outra dessas agências. Se há um serviço em português, os redatores terão que simplesmente traduzir a notícia, e assim ela chega a nós.

Hoje, no caso do Brasil, é cada vez mais comum que as publicações diárias usem esses mesmos relatos, vindos de diferentes agências, para compor a reportagem que virá na edição do dia seguinte. O mesmo acontece com as revistas e com os canais de notícia da TV.

Há exemplos chocantes, como o fato de muitas informações que lemos sobre a América do Sul terem sido coletadas por repórteres americanos, ingleses, franceses, enviados para a Europa e traduzidas antes de serem reescritas para o nosso consumo. Estamos, na prática, terceirizando a nossa visão sobre o mundo.

Um dos tristes resultados desse novo modelo é a morte lenta e dolorosa da figura do nosso correspondente internacional. Há ainda ótimos correspondentes, claro, mas cada vez em menor número.

Os que ainda sonham testemunhar e reportar coisas significativas que acontecem no mundo têm que se contentar com um pagamento magríssimo. Em conseqüência, sou testemunha da explosão de novos tipos de jornalistas até então inéditos, como a correspondente-e-garçonete, correspondente-e-carregador-de-malas, correspondente-e-babá. Sendo, sempre, o subemprego o trabalho principal e o jornalismo quando se tem tempo.

É o colonialismo noticioso: embora a globalização tenha trazido melhores relações internacionais para o Brasil, com negócios, turismo, imigração, etc, estamos aceitando sempre a versão da história que nos está sendo contada pelas agências, condizente com a sua linha editorial, e, mais a fundo, com os seus preconceitos.

Um bom exemplo foi a avidez com que a imprensa brasileira acompanhou o sumiço da menina inglesa Madeleine MCcann, em Portugal, no ano passado. Por aqui, a cobertura foi obsessiva, pra pegar leve. A cada dia novos detalhes, na maioria infundados, apareciam e eram reproduzidos incessantemente por sites brasileiros, canais de TV e até jornais.

Engolimos sem refletir que, na balança das agências globais, a vida de uma linda menininha inglesa sempre vai valer mais do que cem Marias brasileiras.

Foi isso que me veio à cabeça ouvindo a resposta do colega do Independent. Antes de agradecê-lo pela honestidade – e ir embora com o rabinho entre as pernas – respondi:
- Claro, mil peruanos valem o mesmo que dez franceses, ou uma Madeleine.
Ao que ele consentiu com a cabeça e um sorriso sem-graça.


Natalia Viana é jornalista.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Procissão da Elite??

No último domingo (09/03) acompanhei a tradicional Procissão do Senhor do Passos, em Florianópolis.

Não tenho muita experiência em procissões, porém um fato me chamou atenção: a elitização do público. Os fiéis eram, em sua maioria, representantes da boa e velha classe média Florianopolitana.

Mas o mais desagradável, foi ver a politicagem reunida para carregar a imagem de Senhor dos Passos. Eram políticos conhecidos. Só para citar alguns, carregavam a imagem o Governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e o Prefeito de Florianópolis, Dário Berger, dentre outros que não consegui identificar, misturados aos vários seguranças.

Na frente da imagem, seguia um bloco de pessoas muito alinhadas, mulheres chiques com seus saltos "chanel" e homens de terno com corte perfeito.

Eu, que estava gravando os sons da procissão para um programa da disciplina de rádio, até que tentei humildemente gravar um relato de uma dessas “celebridades”, mas, é claro, não consegui nem chegar perto.

Minha pergunta para algum deles seria: “Senhor dos Passos guia os seus passos na política?”. Apesar de protestos do meu irmão que queria perguntar: “Vossa Excelência percebeu que está perpetuando a linhagem de Pilatus?”.

Que pena. Uma festa tão bonita, mas nada popular.

"Muita gente se arvora a ser Deus
E promete tanta coisa pro sertão
Que vai dar um vestido pra Maria
E promete um roçado pro João
Entra ano, sai ano, e nada vem
Meu sertão continua ao deus-dará
Mas se existe Jesus no firmamento
Cá na terra isto tem que se acabar"
Procissão - Gilberto Gil


Luiz Henrique e PC Farias na Procissão Senhor dos Passos??

Coisas que o povo diz

Ouví esses dias e tenho que concordar:
"Deveria existir um Procon só para punir jornalistas!"

A saga do Jornalismo Solidário - Parte I

Conversando com o Mosimann, meu professor de Mídia Digital III, sobre o assunto do meu blog,ele me deu a dica de procurar a definição de Jornalismo Solidário no mundo acadêmico do jornalismo.

Tentei, ou melhor, estou tentando, mas tenho que confessar que a tarefa é difícil.

Achei um texto interessante sobre o assunto no blog de uma professora de jornalismo da PUC de Poa, Bia Dornelles que juntamente com Osvaldo Biz escreveu o livro Jornalismo Solidário.

Concordo com Flávio Porcello, autor do texto postado no blog da Bia, que o comprometimento com a verdade e a apuração jornalística, são essenciais ao bom jornalista, além (é claro) de uma boa formação acadêmica. Ele cita o seguinte trecho do livro de Bia Dornelles: “Cidadania significa, também, ter capacidade de ler a Mídia e de questionar suas estratégias, de modo a não repetir pura e simplesmente o que ela conseguiu transformar em senso comum” (DORNELLES & BIZ, 2006:45).

Sim, concordo com os autores, mas creio que melhor seria se não tivéssemos a preocupação em ler “nas entrelinhas” o que realmente a mídia quer dizer.

O produto final ao consumidor deveria ser o mais puro possível, ou seja, a mídia deveria ser imparcial e comprometida com a verdade, sem segundas intenções.

Impossível? Talvez. Mas creio que isso seja jornalismo solidário. Já tenho um livro sobre o assunto para ler. A saga da definição continua...

segunda-feira, 10 de março de 2008

O início

Já é a quarta vez que tento fazer um blog e acho que agora acertei. Como dizem na publicidade "a primeira idéia é sempre a pior", então acho que estou no caminho correto.

Hoje, ouvindo rádio dentro do ônibus, escutei que a gigante Google vai lançar uma nova ferramenta para a criação de websites. Sobre a ferramenta eu nem ouvi direito, o que mais me chamou a atenção foi o fato de a locutora dizer que essa seria uma ferramenta de “jornalismo solidário”.

Peraí, só o fato de pessoas poderem compartilhar informações em um site não faz dele uma ferramenta solidária. Eis o ponto de partida do meu blog: o que é fazer um jornalismo solidário??

Nos dias de hoje, em que as informações são rapidamente disseminadas, é muito importante, eu diria essencial, que o jornalista se posicione e se comprometa em veicular somente o que for, no mínimo, muito bem apurado. Isso para mim é jornalismo solidário.

Neste blog, me proponho a pesquisar sobre o tema. Acho que não vai faltar assunto para manter o blog atualizado. Até mais!